Eliete Vieira acusa o prefeito Allyson Bezerra de mandar cortar plantões extras dos servidores que estão em greve, como forma de pressão. As 15 categorias iniciaram o movimento no dia 30 de março, mas até agora não receberam proposta do Executivo.
Por César Santos – Da Redação
A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM), Eliete Vieira, usou as suas redes sociais para denunciar que o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) iniciou perseguição aos servidores que aderiram à greve por reposição salarial. A ordem do gestor municipal, segundo a sindicalista, é sufocar as categorias para enfraquecer o movimento iniciado no dia 30 de março.
“A gestão Allyson Bezerra começou a mostrar até onde é capaz de ir contra quem não aceita a desvalorização mascarada pela cara de bom moço, que já não convence a ninguém. A ordem dada pelo ‘menino pobrezinho’ é tirar os plantões extras dos servidores que estão em greve. Não basta não valorizar, é preciso perseguir”, escreveu.
Nesta terça-feira, 12, o movimento acampou na calçada do Palácio da Resistência, sede da Prefeitura, para pressionar o prefeito a apresentar uma proposta à pauta de reivindicações das 15 categorias que estão em greve. No entanto, não houve nenhuma reação por parte da gestão municipal.
“Não tivemos nenhuma convocação para audiência”, disse Eliete Vieira em entrevista à reportagem do Jornal de Fato. “O prefeito prefere fazer de conta que a greve não existe, prefere ignorar a situação difícil dos servidores, que estão na luta pela reposição da inflação, já que não temos reajuste salarial há cinco anos”, disse.
Mesmo as categorias decidindo que aceitam a reposição da inflação, sem reajuste ou qualquer ganho real dos salários, a gestão municipal não acena para atender a reivindicação. Segundo Eliete, o prefeito prefere ir para a imprensa, usar a sua estrutura nas redes sociais, para dizer que está tudo bem, “só que a verdade é que tem mais de 700 servidores recebendo salário abaixo do mínimo. Esses servidores ganham pouco, estão sobrecarregados, sofrem perseguição, e o prefeito usa a imprensa para dizer que está tudo bem”, critica.
Segundo a presidente do Sindiserpum, o movimento continuará acampado na Prefeitura. Nesta quarta-feira, 13, as atividades começam às 7h30. Eliete Vieira afirma que a greve tem conquistado novas adesões e o apoio da sociedade. “Continuaremos firmes na luta em defesa do respeito e valorização do servidor público. Vamos mostrar à sociedade a forma como os servidores são tratados em Mossoró”, disse.
Suplente debocha de servidores em greve, diz vereadora Marleide
Marleide Cunha: “Servidores estão pedindo apenas a reposição da inflação”
A vereadora Marleide Cunha (PT), que também é dirigente do Sindiserpum, ocupou a Tribuna da Câmara Municipal, nesta terça-feira, 12, para criticar a posição de um suplente de vereador, do partido Solidariedade, que segundo ela, debochou dos servidores públicos municipais que cobram direitos junto à Prefeitura de Mossoró.
Marleide explicou que o suplente de vereador (não citou o nome), que exerce cargo comissionado na Prefeitura de Mossoró, filmou e debochou dos servidores, durante o horário de trabalho dele. “Servidores estes que estão pedindo apenas a reposição da inflação do último ano”, disse.
De acordo com a vereadora, o suplente não sabia sobre o que se tratava a greve e chegou a afirmar que estudantes estão sem aula. “Ele nem sabia sobre o que se trata a greve. Os grevistas não são professores, são técnicos de enfermagem, merendeiras, ASGs, psicólogos, técnicos de raio-x e servidores da administração municipal que estão há anos com os salários defasados, sem reajuste e sofrendo pela inflação. O suplente de vereador deveria ter o mínimo de respeito pela luta dos servidores que lutam pelos direitos garantidos por lei e pela Constituição Federal”.
A vereadora Larissa Rosado (União Brasil) também usou a palavra para defender os servidores. “Quero registrar nosso apoio aos servidores públicos municipais que estão em greve e acamparam em frente ao Palácio da Resistência. O servidor efetivo estará na ativa por muito tempo prestando serviço, e o comissionado tem tempo determinado”, lembrou.
Diante desta realidade, a vereadora pede ao prefeito que escute os servidores que preferem permanecer em seu local de trabalho, porém, precisam ter seus direitos garantidos. Pede ainda mais respeito, não assédio e condições dignas de trabalho.
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