Quarta-Feira, 13 de novembro de 2024

Postado às 10h15 | 28 Jan 2023 | redação Rio Grande do Norte celebra 80 anos da Conferência Potengi em Natal

Crédito da foto: Reprodução Presidente do Brasil, Getúlio Vargas, e dos EUA, Franklin Roosevelt, durante a Conferência do Rio Po

Neste sábado, completa 80 anos do encontro histórico entre os presidentes brasileiro e americano Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt ocorrido em Natal em 28 de janeiro de 1943, que ficou historicamente conhecido como a “Conferência Potengi”. O encontro foi o mais relevante na política externa nacional do século XX.

O Governo do RN vai celebrar a data em solenidade especial, com a presença da governadora Fátima Bezerra (PT) e abertura das primeiras exposições do Complexo Rampa, em Natal. O evento, organizado pela Fundação José Augusto.

A Conferência Potengi foi uma reunião entre Getúlio Vargas e Roosevelt para discutir a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial. Voltando da Conferência de Casablanca, que decidiu sobre o caminho a ser seguido pelos aliados, o presidente americano decidiu visitar as instalações militares na região de Natal, que contribuíam principalmente com o envio de aeronaves e suprimentos para os frontes na África e Ásia.

Além da visita, ocorreu a conferência entre os dois presidentes a bordo de um destroyer americano (USS Humboldt) atracado no Porto de Natal.

Entre os assuntos tratados no encontro estavam a proteção do Atlântico Sul e o incremento da produção da borracha e outros insumos na Amazônia, fundamental para a fabricação de material bélico pelos Estados Unidos. Também discutiram uma participação mais efetiva do Brasil no combate.

Vargas e Roosevelt visitaram as obras da base aérea de Parnamirim e do porto de Natal, utilizados pelos norte-americanos. Os presidentes divulgaram uma declaração conjunta, na qual afirmavam: “Tivemos ocasião de estudar a segurança das Américas. Estamos convencidos de que cada uma das repúblicas americanas está nela igualmente atingida e interessada. A força está na unidade”.

Até aquele momento, a Argentina era o único país do continente que não se havia posicionado ao lado dos Estados Unidos na guerra contra os países do Eixo. O país se manteria oficialmente neutro até praticamente o fim do conflito.

 

Estratégia

Segundo a obra “Carnaval em Tempos de Guerra”, de Minervino Wanderley, “o interesse americano (por Natal) já pronunciava antes mesmo do começo da Segunda Grande Guerra. As negociações entre os governos brasileiro e norte-americano que tiveram início logo após as primeiras hostilidades na Europa – a Conferência de Lima, em 1938 e os acordos em Washington, assinados a partir de 1939 – fortaleceram o comprometimento entre os dois países para a eventualidade de uma guerra.

Com o seu desenrolar, a guerra começou a ultrapassar os limites da Europa e a preocupar o mundo como um todo. No Brasil, país de índole pacífica, cultivador da política de boa vizinhança e sem qualquer pretensão expansionista, o conflito no Velho Continente parecia longínqua. Afinal, havia um oceano a nos separar, o que parecia ser mais do que suficiente para manter a guerra distante do nosso cotidiano.

Por ironia, essa singular condição geográfica foi o fator que nos levou a participar da Segunda Guerra Mundial. Os americanos, extremamente preocupados com a defesa do Atlântico Sul, precisavam de um ponto de apoio para barrar eventuais investidas nazistas. Não existia, nas Américas, um lugar estrategicamente melhor para a implantação de uma base militar do que Natal.

Começava, então, um período de negociações entre os dois governos. O Brasil, na qualidade de detentor do pretendido, podia fazer barganhas, valorizando o território que se impunha como de fundamental importância para os Estados Unidos.

A guerra vinha tomando proporções cada vez maiores e já não havia mais dúvidas de que os americanos precisavam com a máxima urgência de Natal. Tal necessidade chegou ao ponto de o principal mandatário americano ter se deslocado até Natal. E, dessa forma, Natal serviu de fórum para o encontro dos dois líderes.”

 

Programação dos 80 anos da Conferência Potengi

14h - Concentração para a saída do Cortejo – Trampolim da Vitória – Museu da Rampa;

15h30 - Saída do cortejo;

16h30 - Recepção do cortejo e demais convidados, com distribuição de botons, revista em quadrinhos e literatura de cordel sobre o tema;

17h20 - Pôr do sol com música (Joedson Silva, saxofone);

17h40: Abertura de exposições das salas da Segunda Guerra e da Paz;

18h20 - Encenação do grande encontro (Roosevelt/Getúlio);

18h30 - Pronunciamentos de autoridades, com participação do último pracinha vivo, o senhor João Carlos;

19h - Musical – Bye, Bye Natal (40min);

19h - Sesi Big Band - For All – Baile Para Todos;

20h - Queima de fogos

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