Por Pedro Teixeira e Nathan Lopes - Da CNN
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as eleições municipais de 2024 vão ser novamente um embate entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para Lula, as eleições municipais vão servir para que o partido discuta a política nas cidades. Ele também falou que, se o partido não tiver candidatura competitiva, que o PT deve procurar um aliado.
“Esta eleição, eu não sei se ela será municipalizada, estadualizada ou nacionalizada. Eu, sinceramente, acho que, nessa eleição, vai acontecer um fenômeno: vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando essas eleições no município.”
Em seu discurso, durante a Conferência Eleitoral PT 2024, realizada em Brasília, Lula falou que os petistas não poderão ter medo. “Não pode aceitar provocação, não pode ficar com medo, não pode ficar com vergonha, não pode enfiar o rabo no meio das pernas”.
O presidente, então, fez uma comparação com um cachorro que late para alguém. “A gente não baixa a cabeça. A gente late para ele também para ele ficar com medo da gente”.
Lula e Bolsonaro disputaram a eleição presidencial de 2022, vencida pelo petista em uma campanha de troca de provocações entre ambos.
“A gente vai ter que mostrar que nós queremos exercitar a democracia”, disse Lula, pedindo que o partido faça a eleição mais competitiva possível. “Mas a gente não vai ter medo de ninguém. O único medo que a gente tem que ter é de trair a esperança, a expectativa que o povo brasileiro tem no PT, nos nossos aliados”.
“PT precisa construir um discurso”, afirma Lula
Em fala em tom de autocrítica do PT, o presidente Lula disse que o partido precisa “aprender a construir um discurso” para falar com evangélicos e empresários, de olho nas eleições municipais de 2024.
"Nós temos que nos perguntar por que um partido que, muitas vezes nos discursos, pensa que tem toda a verdade do planeta, só conseguiu eleger 70 deputados. Por que tão pouco se a gente é tão bom? Por que tão pouco se a gente acha que poderia ter muito mais? É preciso que a gente tente encontrar a resposta dentro de nós."
Em seu discurso, Lula questionou se o partido está “falando aquilo que o povo quer ouvir de nós”. “Será que nós estamos tendo competência para convencer o povo das nossas verdades? Ou será que nós temos que aprender com o povo como é que a gente fala com ele?”
Ele, então, perguntou como é que o PT “vai chegar aos evangélicos”. “É uma narrativa, temos que aprender para conversar com essa gente, essa gente trabalhadora, gente de bem”, disse. “Precisamos aprender a construir um discurso para falar com essa gente”.
Lula também falou que o partido precisa convencer “pequeno e médio empresário” a votar no PT. “Você pega as pesquisas de opinião pública, e a gente está percebendo que quem vota majoritariamente no PT são pessoas que ganham até dois salários mínimos. O metalúrgico de São Bernardo que ganha R$ 8 mil já não quer mais votar na gente”.
“Quem ganha acima de cinco salários mínimos já tem dificuldade em votar na gente. É por que essa pessoa ficou ruim? Não. É porque possivelmente essa pessoa elevou um milímetro o padrão de vida dela, de aprendizado dela, e nós não aprendemos a conversar com ela”, disse Lula.
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