Por Larissa Lopes — CBN
A reunião dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com deputados que estava marcada para esta terça-feira foi cancelada. Nos bastidores, o que se fala é que, depois das alfinetadas de Arthur Lira no governo durante a abertura do ano legislativo, 'não há mais clima para o encontro com os deputados'.
A reunião, para discutir especialmente a pauta econômica, estava marcada para 16h, depois da reunião com senadores. O encontro com os senadores está mantido para 15h.
Por que a reunião com os deputados foi cancelada?
Na segunda-feira (5), Arthur Lira mandou duros recados ao governo Lula, na abertura do Ano Legislativo. Ele cobrou o cumprimento de acordos com o Planalto e disse que deputados e senadores não foram eleitos para carimbar as decisões do Executivo. Numa crítica direta ao corte de emendas e à queda de braços sobre o controle do orçamento, Lira disse que a peça orçamentária não pertence apenas ao Executivo.
Em relação aos acordos com o Executivo, há forte reclamação de Lira com relação à atuação de Alexandre Padilha, ministro da Secretaria das Relações Institucionais, e ao corte de R$ 5,4 bilhões das emendas parlamentares no Orçamento para 2024.
"Não podem retroceder sem uma ampla discussão com este Parlamento. Fundamental também relembrar que nossa Constituição garante ao Poder Legislativo o direito de discutir, modificar, emendar. Não fomos eleitos, nenhum de nós, para sermos carimbadores, para carimbar. Não é isso que o povo brasileiro espera de nós. Espera-se isso, sim, independência e somatório de esforços, sempre a favor do nosso país. O Orçamento da União pertence a todos e todas, e não apenas ao Executivo", afirmou Lira.
Nesta terça-feira (6), os ministros vão ao Congresso para tratar especialmente das pautas econômicas - entre elas, a reoneração da folha de pagamento. Haddad se preocupa em aumentar a arrecadação. LÍder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues adiantou à CBN que o governo deve enviar um novo texto aos parlamentares para tratar da reoneração, conforme foi pedido pelos lideres partidários.
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