Bog do César Santos
O ex-deputado federal e ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) está prestes a virar réu no primeiro processo contra ele derivado da Operação Lava Jato. O Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte (MPF-RN) o denunciou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A denúncia, protocolada na Justiça Federal do Rio Grande do Norte na última terça-feira, 28, alcança ainda o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-operador do PMDB, Lúcio Funaro e outras cinco pessoas ligadas a Henrique Alves.
A denúncia se refere ao repasse de pelo menos R$ 4,2 milhões para a campanha de Henrique ao governo do Rio Grande do Norte em 2014. Segundo o MPF-RN, o dinheiro seria resultado do esquema que cobrava propina de empresas que buscavam financiamentos na Caixa Econômica Federal (CEF).
Segundo os procuradores, Henrique e Eduardo Cunha pediram e receberam propina paga por empresários e repassada à campanha pelo então operador do PMDB, Lúcio Funaro, que firmou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e detalhou o esquema.
Se a Justiça Federal do Estado aceitar a denúncia, eles viram réus. E se condenado, Henrique pode ser punido com penas que vão de três a 12 anos de prisão.
Além da condenação, o MPF-RN pediu que os acusados devolvam R$ 4,2 bilhões a título de reparação e que fiquem impedidos de exercer cargos públicos pelo dobro do tempo de prisão ao qual forem condenados.
A denúncia é resultado da Operação Manus, um desdobramento da Operação Lava Jato, que levou Henrique à prisão no dia 6 de junho deste ano. Ele está preso na Academia de Polícia Militar, em Natal.
Existe outro mandado de prisão contra Henrique na Justiça Federal, por suposto crime de corrupção passiva envolvendo a Caixa Econômica Federal (CEF).
A situação do líder político da tradicional família Alves é bem complicada, inclusive, a sua condenação é dada como certa. Outros processos contra ele avançam na seara da Lava Jato.
Por consequência, o mais tradicional grupo político do Rio Grande do Norte caminha avariado para a sucessão estadual que se aproxima. O processo será conduzido pelo senador Garibaldi Filho, candidato à reeleição, e substituto imediato de Henrique. Mas nunca esteve à frente das articulações.
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