Quinta-Feira, 27 de fevereiro de 2025

Postado às 10h30 | 13 Mai 2018 | Redação César Santos: o jingle que faz o povo potiguar manter Geraldo na memória

Crédito da foto: Reprodução Geraldo Melo foi eleito governador com o vento forte em 1986

COLUNA CÉSAR SANTOS - JORNAL DE FATOS

Em 1950, Getúlio Vargas voltou ao poder nos braços do povo, cinco anos após ter renunciado, em 1945. Campanha memorável que fez o povo brasileiro cantar: “Bote o retrato do Velho, bota no mesmo lugar; o sorriso do velhinho, faz a gente trabalhar...”

Nas eleições de 1955, Juscelino Kubitschek levantou a bandeira do desenvolvimento com o lema “50 anos em 5” e venceu a campanha eleitoral para governar o Brasil entre 1956/1961, com o povão cantando: “Juscelino, Juscelino é o homem, que além de patriota, é nosso irmão...”

Depois, veio Jânio Quadros, o presidente que prometeu acabar com a corrupção no Brasil. Nas eleições de 1960, usando a vassoura como símbolo, ele fez o povo decorar a letra da marchinha: “Varre, varre, varre, varre vassourinha / Varre, varre a bandalheira / Que o povo já tá cansado / De sofrer dessa maneira...” Jânio renunciou sete meses após ter assumido o poder.

Os militares impuseram o silêncio nas ruas por duas décadas e os brasileiros só voltaram a cantar nas eleições de 1989, as primeiras pós-ditadura. Naquele ano, Fernando Collor de Melo foi o queridinho das urnas, com o discurso de “caçador de marajás”, e presidiu o país de 1990 a 1992, quando renunciou antes do impeachment, mas foi a música do candidato derrotado Lula que ficou decorada: “Lula lá, brilha uma estrela...”         

Naquelas mesmas eleições, com a marca de Leonel Brizola – o estadista –, a campanha do pedetista não foi vitoriosa, mas o povo aprendeu rápido e não se esqueceu de cantar: “La-la-lá Brizooola...”

No Rio Grande do Norte, o túnel do tempo faz lembrar da “Cruzada da Esperança”, que elegeu Aluízio Alves governador na década de 60. A campanha política entrou para a história e até hoje os aluizistas, chamados carinhosamente de “Gentinha”, não se esqueceram da vitoriosa Marcha da Esperança: “Aluízio Alves, veio do sertão lá do Cabugi...”

Os jingles de campanha tinham um poder eletrizante, grudavam na cabeça das pessoas e faziam dos políticos de massa ídolos da vida pública.

Hoje, bem menos. O cidadão, de tão decepcionado com a classe política, não aceita mais ser um multiplicador de voz ou fazer ecoar aos quatro cantos alguma marchinha de campanha.

Porém, há uma curiosidade nas terras de Poti, que pode ser o "novo" nas eleições de 2018: o cata-vento de Geraldo Melo, símbolo da última campanha memorável no estado, em 1986 (foto).

“Sopra um vento forte / no Rio Grande do Norte / vento diferente / que traz alegria”.

Os jingles têm essa magia.

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