Sábado, 08 de fevereiro de 2025

Postado às 00h00 | 01 Dez 2019 | Redação Dr. Daniel Sampaio: "Estar com o PT é a unica situação impossível em Mossoró"

Em entrevista ao "Cafezinho com César Santos", o presidente do PSL de Mossoró fala sobre sucessão municipal, a fundação da Aliança pelo Brasil e da relação dentro do PSL. Dr. Daniel Sampaio afirma que a única situação impossível é dialogar com o PT

Crédito da foto: Marcos Garcia/JORNAL DE FATO Dr. Daniel Sampaio é o entrevistado do Cafezinho com César Santos

Por César Santos/JORNAL DE FATO/defato.com

O médico psiquiatra Daniel Lima Sampaio, cearense mas residente em Mossoró há 12 anos, é hoje um dos principais nomes da base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro na cidade. Possui também forte ligação com o deputado federal General Girão, um dos homens mais próximos do mandatário da nação. Daniel é apontado como pré-candidato ao Palácio da Resistência no pleito de 2020. Ele rechaça a alcunha, mas afirma que seu nome está à disposição do grupo ao qual pertence.

Ainda filiado ao PSL, mas acompanhando de muito perto o processo de formação do Aliança pelo Brasil, novo partido de Jair Bolsonaro, Daniel Sampaio destaca, na entrevista a seguir, que a única situação impossível de se concretizar nas eleições do próximo ano é uma eventual união com o Partido dos Trabalhadores (PT), enterrando, definitivamente, o discurso de que a oposição estará plenamente unificada na disputa que se avizinha.

O ex-candidato a deputado estadual (o médico recebeu 8.583 votos em 2018) também revela, entre outros pontos, que Bolsonaro deve cumprir agenda em Mossoró no final de maio de 2020, quando será realizado na cidade o Fórum de Oportunidades do Semiárido. Acompanhe.

O senhor está dentro do processo de criação de um novo partido, o Aliança pelo Brasil. Quais são as perspectivas de esse novo partido estar oficializado para as eleições de 2020?

Nós estivemos em Brasília junto com o general Girão, com o coronel Hélio, presidente estadual do PSL, em um evento com a presença do presidente Jair Bolsonaro, e que marcou a fundação do partido Aliança pelo Brasil. Mas é um partido que ele ainda não está pronto. Ele não está apto, por exemplo, a disputar o pleito eleitoral de 2020. O presidente, por questões pessoais, se afastou do PSL. Nós vamos acompanhar o presidente no Aliança pelo Brasil, mas neste momento nós não estamos brigados com o PSL, inclusive o PSL em nível nacional apoia o presidente Jair Bolsonaro. Hoje, eu ainda estou presidente do PSL municipal.

 

O SENHOR se lançou pré-candidato a prefeito de Mossoró. Essa estratégia de permanecer no partido, no PSL, é uma forma de garantia para, se caso o novo partido não for criado a tempo, o senhor tenha uma legenda para participar do pleito do próximo ano?

NA VERDADE, eu não me lancei pré-candidato. Quem falou numa possível pré-candidatura foi o presidente estadual, Coronel Hélio, e o general Girão também. Claro, meu nome vai estar à disposição do partido, seja o Aliança pelo Brasil, que se estiver apto, nós vamos sim para o Aliança pelo Brasil, ou um segundo partido, porque a legislação eleitoral exige que eu esteja filiado a algum partido. Até abril, nós precisamos estar filiados a um partido para poder concorrer às eleições, é uma situação que eu pessoalmente não concordo, mas que faz parte da legislação eleitoral e a gente não pode fugir. Então, eu vou precisar estar filiado a um partido. A expectativa é que se for liberada a assinatura eletrônica, em um mês o partido vai estar pronto. Se houver a liberação da assinatura digital, a votação ficou para esta semana, o partido Aliança pelo Brasil vai estar pronto para as eleições de 2020.

HÁ UMA divisão bem radical em relação ao grupo de Luciano Bivar, que é o presidente nacional do PSL e tem o controle do partido, e o grupo que seguiu com o presidente Bolsonaro. O senhor acha que o PSL daria legenda ao senhor na hora de uma decisão para as eleições de 2020?

EM NÍVEL estadual, o PSL fez um trabalho excelente. Sob o comando do Coronel Hélio, que está à frente ainda do partido, foram criados mais de 50 diretórios municipais, o de Mossoró foi o primeiro. Hoje, não existe uma briga do PSL estadual, inclusive o general Girão, que é a pessoa que está mais próxima do presidente Jair Bolsonaro talvez no Brasil, não só em nível estadual, ele continua no PSL.

 

MAS está suspenso...

ELE está suspenso, mas já questionou na Justiça essa suspensão, porque praticamente todas as pessoas que ficaram ao lado do presidente sofreram algum tipo de penalidade no PSL. O general Girão e o coronel Hélio são as pessoas que vão orientar a gente, onde nós vamos estar na eleição de 2020, muitas coisas precisam ainda acontecer até lá, e muita coisa vai se definir a partir do momento que soubermos se realmente vamos poder contar com o partido Aliança pelo Brasil, ou se nós vamos estar próximos e filiados em um outro partido que pode sim ser o PSL.

 

DE QUE forma o grupo do senhor vem se organizando com vistas ao pleito de 2020 e como esse processo de mudança, com o surgimento de um novo partido, pode dificultar essa organização?

NA VERDADE, a formação do partido Aliança pelo Brasil iria facilitar algumas situações, porque o partido nasce do zero, vai nascer com a situação que nós não tínhamos, daí veio essa divisão. O partido vai nascer com autonomia. Eu e o general Girão, por exemplo, nós temos acesso direto ao presidente da República e o partido estando montado, para nós aqui no Rio Grande do Norte, vai criar uma facilidade muito grande, porque a gente fala com o presidente independente de questões partidárias.

EM RELAÇÃO à disputa proporcional, o grupo já possui nomes bem definidos?

EXISTE um grupo em Mossoró que está conversando desde janeiro. Ainda não foi batido o martelo de como esse grupo vai se comportar, mas mesmo a gente estando na Aliança pelo Brasil, essa conversa com o grupo não vai mudar. Durante todo este ano de 2019, a conversa foi contínua, foi constante e está se tentando criar um grupo que tem como objetivo principal um entendimento de trazer desenvolvimento para a cidade de Mossoró, não por outro motivo. Eu estive em Brasília justamente tratando disso, uma iniciativa minha e do general Girão, junto com vários amigos, nós lançamos um projeto.

 

QUE projeto é esse?

É O Fórum de Oportunidades do Semiárido, um evento internacional que vai acontecer no final do mês de maio de 2020, lá no Hotel Thermas, nos dias 26, 27 e 28. O objetivo do Fórum é atrair as empresas para Mossoró, e é justamente essa a temática que esse grupo vem discutindo, trazer desenvolvimento. Graças a Deus, o evento já está praticamente todo montado, todos os aspectos já foram definidos. Várias embaixadas, como a embaixada dos Estados Unidos, embaixada da Espanha, já confirmaram presença, e a gente espera que mude essa trajetória que vem acontecendo, infelizmente em Mossoró, onde o desemprego aumenta todo mês. Na verdade, já refletindo a questão do Fórum de Desenvolvimento do Semiárido, empresas já vieram a Mossoró. No início do ano, nós trouxemos a ministra Tereza Cristina para um evento também junto com a Agrícola Famosa, a partir daí, a ministra colheu as necessidades dos nossos produtores e já foi atrás de abrir os mercados e conseguiu.

HOUVE avanços na abertura do mercado asiático, por exemplo...

A MINISTRA conseguiu abrir o mercado europeu, já foi feito um acordo, abriu o mercado asiático. Eu, representando o general Girão, pude recepcionar comitivas vindas do Vietnã e da China, onde eles se surpreenderam com nossa tecnologia, pois eles tinham uma certeza que iriam encontrar aqui em Mossoró um grande deserto, e na verdade eles viram todo o nosso potencial de produção e exportação de fruta, e o Fórum de Oportunidades vai ser isso, vai servir para mostrar não só Mossoró, mas todo o Semiárido, vamos mostrar não só o potencial da fruticultura, mas da produção de energia, o potencial da mineração, do nosso turismo, que está praticamente sepultado, né? A expectativa é que Mossoró venha puxar esse início da virada de como o Brasil e o mundo encaram o semiárido, para o semiárido não ser mais um peso para o Brasil, seja um fator de desenvolvimento para todo o país.

 

INCLUSIVE, a expectativa também é de que o Fórum conte com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do vice-presidente Hamilton Mourão, não é isso?

COMO o vice-presidente e o presidente não podem estar no mesmo evento juntos, a expectativa é que o presidente Jair Bolsonaro venha para a abertura e o vice-presidente Mourão para o encerramento. Aos dois, nós já apresentamos o evento.

VOLTANDO para a questão político-eleitoral de Mossoró, a oposição iniciou um processo de unificação como um projeto para as eleições municipais do próximo ano. O senhor participou de um desses encontros. O senhor acha possível que a oposição percorra o processo sucessório municipal unida, diante de divergências de ideologia, de pensamentos e de partidos que se confrontam em nível nacional?

NA VERDADE, sobre esses encontros, o que vem sendo divulgado não vem refletindo o que realmente aconteceu. Muita gente falou na união PSL/PT, PT/Bolsonaro, inclusive fizeram algumas montagens bem grotescas, eu estando ao lado de uma possível candidata do PT. Essa é a única situação impossível, inclusive com orientação do nosso deputado federal. Nós estamos entrando, se realmente se confirmar, hoje eu sou um possível pré-candidato a prefeito, mas nós estamos entrando para não deixar o PT conseguir êxito na eleição municipal. Onde houve participação, inclusive desse partido que eu acabei de citar, foram em eventos de partidos lançando a sua chapa para vereadores, em nenhum momento foi dito quem seria o candidato, até porque ainda está um pouco longe, quem seria candidato a prefeito de A, B, ou C, de quais partidos, e eu estive presente porque eu fui convidado, e como eu sou presidente do PSL, eu participei dos eventos.

MAS há um bom entendimento com alguns desses partidos, com exceção do PT?

SÃO pessoas, a maioria delas com quem eu tenho um bom entendimento, a gente tem, inclusive, planejamentos muito próximos, para o que a gente quer para a nossa cidade, e para esses eventos que foram públicos, nós estivemos juntos, inclusive estavam presentes partidos de esquerda. Mas nas reuniões, essas que são praticamente mensais desse grupo do qual fazemos parte, esses partidos eles nunca foram convidados, PT, PSOL, PCdoB, esses partidos nunca estiveram presentes nessas reuniões, e a nossa única condição realmente para que se forme uma nominata que tenha realmente capacidade de disputar a eleição é que nós não vamos nos aliar a nenhum partido de esquerda.

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