Na próxima semana começa a valer o prazo da chamada janela eleitoral, período em que vereadores podem mudar de sigla sem incorrer em infidelidade partidária. Em Mossoró, pelos menos 12 vereadores deverão migrar para outras legendas dentro do prazo
Plenário da Câmara Municipal de Mossoró
Por Maricélio Almeida- Repórter do JORNAL DE FATO
As eleições municipais de 2020 só ocorrerão em outubro, mas a contagem regressiva para o dia da votação já começou. Na próxima semana, por exemplo, começa a valer o prazo da chamada janela eleitoral, período em que vereadores podem mudar de sigla sem incorrer em infidelidade partidária. As mudanças podem ser feitas entre os dias 5 de março e 3 de abril. Em Mossoró, pelos menos 12 vereadores deverão migrar para outras legendas, com o objetivo de viabilizar o projeto de reeleição.
O PSD, por exemplo, deverá perder os seus atuais três vereadores: Emílio Ferreira, Maria das Malhas e Tony Cabelos. A sigla passará a ser comandada na cidade por Raério Araújo, que, insatisfeito com o tratamento recebido no seu antigo partido, o Republicanos, já recebeu autorização do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE/RN) para deixar a legenda. Com a chegada de Raério, líder da oposição ao governo Rosalba Ciarlini, os vereadores situacionistas que hoje ainda estão filiados ao PSD deverão ser liberados para buscar um ou mais partidos da base de apoio à prefeita na Câmara.
Além do PSD, outro partido que também deve perder os seus vereadores filiados é o PMN, que hoje conta duas vagas na Câmara: Rondinelli Carlos e Genilson Alves. O Partido da Mobilização Nacional não atingiu a cláusula de barreira nas eleições do ano passado, o que impõe uma série de restrições à sigla, como o não recebimento de recursos do Fundo Eleitoral e exclusão do tempo de rádio e TV. Genilson estuda se filiar ao PROS, o que implica em outra mudança: a saída de Ricardo de Dodoca da sigla.
Já o vereador Rondinelli Carlos deve se filiar ao PTB, legenda que tem como presidente estadual o suplente de deputado Getúlio Batista. Alex do Frango, ainda no PMB, deve ir para o PV. Flávio Tácito, hoje no PCdoB, que absorveu o antigo PPL, também deve migrar de sigla, assim como Manoel Bezerra, hoje no PRTB, e Zé Peixeiro, no PTC. Até mesmo Izabel Montenegro, um dos principais nomes do MDB em Mossoró, já admite deixar o tradicional partido, assim como o vereador Alex Moacir. Em entrevista concedida ao JORNAL DE FATO, Izabel afirmou que essa é a sua última opção.
“Eu tenho um plano A, que é tentar fortalecer o MDB; o plano B é ir para um chapão e disputar, como a gente foi na eleição passada. (Sair do MDB) é a minha última opção, mas se for para ter condição de disputar o mandato com chance de reeleição, é a última opção que eu terei, mas estou tentando, conversando como todo mundo, mas não está fácil porque as pessoas querem que a gente já diga que vai ser eleito, e não é fácil”, disse.
Os vereadores buscam organizar nominatas fortes e competitivas para enfrentar as eleições de 2020, a primeira em que as coligações proporcionais estarão proibidas. “É engraçado que neste ano, as pessoas estão conversando com todo mundo. A gente quer condição de disputar. Está sendo difícil, porque algumas pessoas acham que vereador em um partido é um câncer, não aceitam, querem disputar sem vereador. Acho que as pessoas se esquecem que na atual legislatura, somente oito vereadores retornaram à Câmara Municipal”, complementou Izabel na entrevista publicada na edição do último domingo (23).
Os vereadores João Gentil e Aline Couto já mudaram de partido. O primeiro, após ter sido eleito pelo PV em 2016 e ter passado rapidamente pelo Patriota, agora faz parte da Rede Sustentabilidade. Aline Couto hoje está filiada ao Avante, mas foi eleita pelo PHS.
Quem deve ficar
Aline Couto – Avante
Didi de Arnor – Republicanos
Francisco Carlos – Progressistas
Gilberto Diógenes – PT
João Gentil – Rede
Ozaniel Mesquita – PL
Petras – DEM
Sandra Rosado – PSDB
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