Por César Santos / JORNAL DE FATO
A eleição antecipada da mesa diretora da Câmara Municipal de Mossoró, realizada nesta terça-feira, 6, serviu não apenas para ratificar o poderio do governo municipal, mas também para clarear o tamanho da oposição, reduzidíssimo a um vereador: Francisco Carlos (Progressistas). Todos os outros são governistas, com maior ou menor grau, conforme o tamanho da importância que é dado pelo prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade).
No início da legislatura, a oposição foi apresentada com três vereadores: Marleide Cunha (PT), Larissa Rosado (PSDB) e Francisco Carlos. O novato Pablo Aires (PSB) se autoproclamou independente. Recentemente, Didi de Arnor (Republicanos) anunciou rompimento com o Palácio da Resistência. Teoricamente, seria quatro oposicionistas e um independente. Na prática, não se confirma.
Coube ao prefeito Allyson descortinar o cenário. Foi ele que articulou a reeleição do presidente Lawrence Amorim (Solidariedade) e impôs o vereador Raério Araújo (PSD) no cargo de 1º vice-presidente. O prefeito entende, com razão, que é importante manter o controle do Legislativo, por meio de vereadores de sua inteira confiança.
Portanto, a antecipação do pleito em 16 meses foi um benefício ao projeto político de Allyson, devidamente apoiado pelos que digitaram a sua chapa na eleição da Câmara. Marleide e Larissa apoiaram a manobra com o voto. Já Pablo se ausentou da Casa, mas voltou em seguida querendo votar na chapa apoiada pelo prefeito, e só não o fez porque o processo havia sido encerrado.
Os membros que seriam da oposição não podem nem argumentar que o voto na chapa Lawrence/Raério é uma questão do legislativo, porque o mais desinformado dos desinformados sabe que a eleição foi costurada pelo chefe do Executivo. Portanto, votaram a favor dos interesses do prefeito.
Não cabe aqui, nem esse é o objetivo do comentário, discutir quais foram ou são os interesses dos “oposicionistas” que votaram para eleger a chapa apoiada por Allyson. Porém, é preciso deixar claro que a bancada governista é bem maior do que os 17 vereadores assumidos.
E pode ser dito, baseado nos fatos concretos desta terça-feira, que o vereador Francisco Carlos é uno na atividade de oposição.
O placar de 21 X 1 é flagrante.
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