Por César Santos / JORNAL DE FATO
A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira, 9, revela que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é rejeitado por 51% dos brasileiros. É a pior avaliação desde o início do governo. A pesquisa foi feita de forma presencial em 146 municípios nos dias 7 e 8. Responderam ao questionário 2.074 pessoas acima de 16 anos.
Em maio, conforme o mesmo instituto, a reprovação era de 45%. O aumento de seis pontos percentuais pode ter explicação na CPI da Pandemia. O noticiário em torno da Covaxin, com contrato suspeito, embora não executado, está sangrando o inquilino do Palácio do Planalto.
Observe que a queda da popularidade do presidente se concentra, de forma mais densa, no período de funcionamento da comissão parlamentar de inquérito no Senado. Antes, o cenário estava sob controle no Palácio. Em 8 de dezembro, quando começou a curva ascendente, o número bateu 32%. A taxa de ótimo ou bom manteve-se estável em 24%, desde maio. Já o percentual de quem acha o governo Bolsonaro regular caiu de 30%, na pesquisa anterior, para 24% agora.
A queda de Bolsonaro reflete na sucessão presidencial, com ascensão do ex-presidente Lula (PT). Se as eleições fossem hoje, o petista derrotaria Bolsonaro com certa facilidade, levando em conta a pesquisa Datafolha.
Lula aparece com46% das intenções de voto para a sucessão presidencial de 2022 contra 25% de Bolsonaro. O petista aparece à frente do mandatário tanto na pesquisa estimulada, quando são ditos os nomes dos candidatos aos entrevistados, quanto na espontânea. Neste último caso, Lula tem 26% dos votos, enquanto Bolsonaro, 19%.
Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista venceria com 58% dos votos, contra 31% do presidente. Na primeira pesquisa Datafolha divulgada em maio deste ano, Lula já aparecia à frente de Bolsonaro, com 41% das intenções de voto contra 23% do presidente. Os 14 pontos de vantagem em maio subiram para 21 em julho.
Outro ponto claro, extraído da pesquisa Datafolha, é que só Lula absorve ganhos com a queda de Bolsonaro. Os candidatos que se apresentam como centristas não conquistaram o apoio dos eleitores. Na pesquisa espontânea, apenas o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) foi mencionado pelos entrevistados, com 2% das intenções de voto. A porcentagem de pessoas que afirmaram que votariam em outro nome é de 2%.
Já na pesquisa estimulada, Ciro cresce nas intenções de voto, mas a corrida pela chamada terceira via continua embolada. Nesse cenário, o pedetista fica em terceiro lugar, com 8%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem 5%, e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM), 4%.
Para concluir a leitura, um alerta: 10% dos entrevistados disseram que pretendem votar em branco, nulo, ou em nenhum dos candidatos apresentados no questionário do Datafolha, e 2% afirmaram não saber em que vão votar. São 12% dos brasileiros que podem alterar o cenário na hora que declinar para um lado ou outro.
O fato é que a CPI está sangrando o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula está surfando na onda positiva. Cenário do momento.
Não custa lembrar que estamos a 15 meses das eleições presidenciais.
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