Domingo, 02 de fevereiro de 2025

Postado às 11h15 | 20 Ago 2021 | Redação Sindiserpum lança campanha contra perseguição e assédio na Prefeitura de Mossoró

Presidente do Sindiserpum, Eliete Vieira detalha campanha que busca coibir a prática de assédio moral relatada em diversos segmentos do serviço público municipal. Os vereadores Francisco Carlos e Marleide Cunha denunciaram perseguição política

Crédito da foto: Reprodução Dirigentes do Sindiserpum iniciam campanha contra assédio na gestão municipal de Mossoró

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM) lançou na última quarta-feira, 18, uma intensa campanha contra as práticas do assédio moral nos locais de trabalho. A iniciativa surgiu após vários relatos de perseguição a diversos segmentos do serviço público municipal.

Com peças informativas, orientações e visitações, a diretoria do sindicato pretende alertar os servidores para que identifiquem e denunciem os casos de assédio moral, para que o Sindiserpum adote as devidas providências. Conforme a entidade, a campanha se estende também a toda a sociedade, tendo em vista que a prática não se restringe aos servidores públicos.

“É uma prática nociva que o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró vai continuar combatendo com veemência e firmeza. A campanha servirá para que, tomando conhecimento dos casos, possamos acolher os servidores, agir e coibir este crime que, infelizmente tem se tornado cada vez mais evidente em Mossoró e adoecido os servidores públicos municipais”, destaca a presidente do Sindiserpum, Eliete Vieira.

Em conversa com o JORNAL DE FATO, Eliete reforçou a importância da iniciativa. “O Sindiserpum tem por objetivo, sempre teve, faz parte da bandeira de luta permanente deste sindicato, o combate ao assédio moral. Na eleição para direção do sindicato esse ano nós colocamos como proposta esta campanha, que a gente já iniciou, indo visitar os locais de trabalho dos servidores, levando folder, cartazes informando do que se trata o assédio moral, como identificá-lo, e como se proteger e evitar que esse mal continue enraizado nas relações de trabalho entre patrões, empregados, servidores públicos e gestores”, disse.

A presidente do Sindiserpum ainda enfatizou que a prática do assédio moral traz sérios prejuízos para os servidores, inclusive com o adoecimento desses trabalhadores. “É uma campanha que a gente conclama todos os servidores, todos os gestores a participarem, tendo em vista que o assédio moral ele adoece o servidor, e servidor doente tem que se ausentar para se tratar e servidor se tratando, ausente do trabalho, é menos serviço público prestado à população. Nesse sentido, estamos sendo bem recebidos nos locais de trabalho. Sabe que alguém é assediado? Acolha e não seja conivente e não seja cúmplice. Basta de assédio moral”, acrescentou.

 

Prática de assédio moral foi denunciada por vereadores

No início deste mês, os vereadores Francisco Carlos (Progressistas) e Marleide Cunha (PT) denunciaram, mais uma vez, no plenário da Câmara de Mossoró, relatos de perseguição a servidores públicos municipais efetivos. As denúncias envolvem servidores de áreas como Educação, Saúde, Trânsito, Infraestrutura, Tributação e Desenvolvimento Social.

Francisco Carlos explicou que é funcionário público municipal há quase 32 anos e que, nesse período, nunca presenciou o que classificou como “tamanha perseguição política” como a que, segundo ele, ocorre atualmente. “A gestão municipal está procurando identificar quem colaborou, como servidor efetivo, em gestões anteriores para tirar dos seus postos de trabalho e substituir, em alguns casos, por outros não efetivos. Sou funcionário público e nunca vi o que está acontecendo na Prefeitura de Mossoró como ocorre neste momento.”, disse.

As perseguições mais relatadas ao parlamentar foram desmobilização de equipes, transferências de locais de trabalho sem explicação e justificativa, corte de gratificações, vigilância excessiva durante trabalho, substituições de funções ocupadas por servidores efetivos por comissionados, além de assédio na relação de gestores com os servidores.

O parlamentar afirmou que o que vem ocorrendo na Prefeitura de Mossoró é um verdadeiro “expurgo político” e que não vai ficar calado diante de uma situação como essa. “Desde janeiro que estamos na Câmara Municipal e redes sociais denunciando as perseguições políticas. O que se está fazendo na Prefeitura de Mossoró hoje é uma tentativa de expurgo político. Isso é muito grave. Os servidores pedem para não serem identificados porque têm medo do que pode acontecer. Precisamos dar voz a essas pessoas que não têm voz.”, afirmou.

A vereadora Marleide Cunha também defende que qualquer tipo de perseguição a servidor público deve ser fortemente combatido. “Se não for combatida, essa é uma ferida que vai se abrindo e fere a vida de muitas pessoas”, pontuou a parlamentar, destacando que recentemente tem ocupado espaço nas redes sociais denúncias falando na existência de assédio moral na Secretaria de Trânsito da Prefeitura de Mossoró. De acordo com a vereadora, apesar da divulgação, o assédio moral em Mossoró não é específico desta pasta, pois vem acontecendo em diferentes secretarias.

Afirmando que o problema existe e não é possível silenciar, a vereadora lembrou que o assédio moral adoece o ambiente de trabalho, o servidor e até a sua família. A vítima do assédio, acrescentou, vai precisar procurar o médico da área e ministrar medicamentos controlados. De acordo com as denúncias, na Secretaria de Trânsito os servidores estão sendo intimidados, humilhados e recebendo gritos publicamente. Estão sendo tratados como inimigos.

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