O deputado federal Beto Rosado assumiu o comando do Partido Progressistas no Rio Grande do Norte, antes presidido pelo seu pai, o ex-deputado Betinho Rosado. Atualmente, sob a liderança do grupo de Beto, o Progressistas possui 13 prefeitos, 11 vice-prefeitos e 137 vereadores no RN. Nas últimas eleições municipais, o partido ampliou sua presença nos quatro cantos do estado.
O novo presidente estadual do PP é o entrevistado da semana da seção “Cafezinho com César Santos”.
Além de destacar esse novo momento da sua trajetória política, o deputado também comenta o processo de organização da legenda com vistas ao pleito de 2022, fala sobre a presença da ex-prefeita Rosalba Ciarlini na disputa do próximo ano e reafirma sua posição de aliado do presidente Jair Bolsonaro.
Beto Rosado também faz um balanço do seu mandato na Câmara, enfatizando o volume de recursos que sua atuação em Brasília conseguiu destinar para Mossoró, lamentando, ao mesmo tempo, que a atual gestão municipal não esteja executando grande parte das emendas parlamentares conquistadas para o município. Acompanhe.
Deputado, em algum momento a imprensa especializada noticiou que o Progressistas poderia sair do controle do seu grupo político e ir para as mãos de outros grupos políticos. O senhor agora assume a presidência estadual do Progressistas. Essa escolha, com aval da Executiva nacional, é uma forma de fortalecimento do seu grupo, seu grupo sai forte desse processo?
Os partidos políticos no Brasil eles têm uma preferência pelos deputados federais na organização partidária. O deputado federal pela lei, pela constituição, é o que formula o fundo partidário, formula tempo de televisão, então há sempre essa preferência. No Rio Grande do Norte, meu pai Betinho Rosado, que foi deputado federal com cinco mandatos, e é amigo do atual presidente Ciro Nogueira, foi convidado a assumir a presidência e esteve à frente do Progressistas por sete anos, mas quem esteve à frente do mandato de parlamentar, deputado, fui eu e houve esse convite, houve essa busca do Progressistas de sempre aprimorar o partido e eu aceitei, conversando com o atual presidente da legenda, que é André Fufuca, o nosso ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira, que deixou a presidência para assumir o ministério, eu sempre tive uma amizade, um respeito, eles confiam muito no meu trabalho, na minha parceria política com eles, e isso fortaleceu o convite do meu nome para ser presidente partidário.
É um grande desafio, na visão do senhor?
Sim. Temos um grande desafio, o Progressistas ao longo desse período cresceu. Hoje nós estamos com 13 prefeituras progressistas, temos mais 11 vice-prefeitos e mais de 130 vereadores que estão em cargos eletivos pelo Progressistas. Esse crescimento, que iniciou nesse trabalho com Betinho, vai ser incrementado ainda mais na nossa gestão. Vamos tentar agremiar mais parceiros, mais aliados políticos que queiram fazer política, que têm essas ideais progressistas, de desenvolvimento, e a gente sempre busca essa aproximação com Brasília. O trabalho como deputado é sempre importante para fomentar o desenvolvimento, criar infraestrutura nos municípios e a gente vai alavancar, se Deus quiser, ainda mais com esse novo momento do Progressistas.
Deputado, como o Progressistas vai se preparar para as eleições de 2022 em relação à disputa proporcional? O senhor certamente é um candidato natural à reeleição. E também como o partido vai se preparar em relação à disputa majoritária?
Nós estamos conversando com as lideranças políticas do Rio Grande do Norte para fazer um levantamento daqueles que têm interesse político de ser candidatos. A gente acompanhou aí recentemente as votações na Câmara Federal a respeito da reforma eleitoral, existia a possibilidade de uma mudança para o distritão, que seriam eleitos os mais votados, estou falando especificamente do cargo de deputado federal, que é nosso projeto número um. Nós não temos um projeto majoritário para o governo, nós estamos conversando com as lideranças para ver um caminho que nós iremos tomar, mas nós vamos nessa eleição ter um projeto para federal, vamos tentar montar um projeto para a candidatura estadual.
E para o Senado, qual a expectativa?
Estamos discutindo com lideranças do Rio Grande do Norte o projeto para majoritária de Senado. O ministro Fábio Faria já se mostrou interessado, o ministro Rogério Marinho também é um possível interessado; eles vão acertar isso com o presidente da República e a gente com certeza vai poder estar juntos. Eu tenho uma boa ligação com os dois ministros. A gente tem conversado semanalmente em Brasília, para que os nossos projetos caminhem juntos. Está sendo montado esse programa, para lançarmos uma candidatura majoritária no Senado, mas não no Governo, mas ainda estamos em diálogo, porque ainda há prazo para mudanças partidárias, se houver interesse, e vamos montar essa nominata, porque na Câmara foi votada a volta das coligações, então se existir a volta das coligações existe uma estratégia política a se desenvolver. Se não for permitido, porque o Senado também já deu alguns sinais de uma possível negativa, visando diminuir o número de partidos do país, será outra estratégia que será definida para essa candidatura. Então como o momento ainda é de expectativa de como será o processo eleitoral, nós definiremos essas estratégias na medida de como será o processo político, mas nós temos a pretensão do Progressistas formar uma chapa para deputado federal, uma chapa para estadual e lançarmos candidato ao Senado.
Deputado, o senhor falou de uma possibilidade de alinhamento com dois ministros do governo Bolsonaro. O seu partido é da base do governo Bolsonaro. Isso significa dizer que o Progressistas no Rio Grande do Norte vai seguir para 2022 numa linha de oposição ao atual governo estadual?
Sim, possivelmente sim. Nós desde o início do governo Bolsonaro estamos acompanhando o que for de interesse da nossa sociedade a gente está lá aprovando as ações e, possivelmente, a linha que nós vamos seguir no próximo pleito eleitoral é exatamente esse alinhamento com o Governo Federal. Na campanha fomos oposição política (ao Governo do Estado), é bom destacar isso que a oposição é política, não é oposição do Governo. Pelo contrário. Passou campanha a gente tem que ser alinhado a ajudar o governo, porque está ajudando a sociedade potiguar. Então esse grupo lançará candidato ao Governo do Estado. Atualmente tem percorrido o Rio Grande do Norte o deputado federal Benes Leocádio, a gente tem uma visão muito positiva de um trabalho que ele possa fazer pelo Rio Grande do Norte, mas podem aparecer outros nomes, essa discussão ainda não está encerrada. Geralmente na política isso acontece agora no mês de dezembro, janeiro, quando todas essas definições se iniciam para o processo eleitoral sequente.
O Progressistas é onde está matriculada a ex-prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini. Esse pensamento de seguir em oposição é o pensamento do grupo? O grupo está coeso em torno desse pensamento ou há algum segmento dentro do grupo que defenda um diálogo, por exemplo, com a governadora Fátima Bezerra?
Olha, César, Rosalba Ciarlini tem uma liderança no Rio Grande do Norte muito forte. Nós sentaremos com ela para discutir o seu projeto político. Eu tenho dado já algumas entrevistas dizendo que não tem absolutamente nenhuma definição se ela será candidata ou não. Se ela for candidata com certeza contará com o nosso apoio, com o nosso interesse no êxito da sua candidatura, mas a questão da discussão majoritária ainda não foi amadurecida. Provavelmente, como sempre tem ocorrido, a gente vai seguir juntos no mesmo projeto político.
Deputado, o senhor tem usado bastante as suas redes sociais, os veículos de comunicação, e agora de forma muito mais intensa, para deixar a população de Mossoró ciente do volume de recursos que o seu mandato destina para Mossoró, que se transforma em obras importantes. Nesses sete anos na Câmara, o senhor pode precisar o valor de emendas destinadas para a cidade, o volume e que obras foram essas que impactaram a vida das pessoas?
No decorrer dos nossos sete anos de mandato que nós tivemos aí três gestões municipais diferentes, nós destinamos nesse período R$ 70 milhões. É um valor expressivo, que tem um impacto na cidade muito positivo, porque são obras diversas desde a pavimentação de ruas, fizemos um programa de consulta popular, o Participa Mossoró, onde a população escolheu diversas ruas que seriam calçadas, ao todo foram 94 ruas que estão sendo pavimentadas com esse recurso, já que dos R$ 70 milhões, R$ 27 milhões foram exclusivos para pavimentação de ruas. Também fizemos uma ação muito importante na área da saúde, na reforma de 16 UBSs, na criação de novas UBSs que estão aí praticamente sendo finalizadas. Recentemente, o prefeito inaugurou uma UBS que nós destinamos o recurso no bairro Costa e Silva; inaugurou também uma reforma lá no Nova Betânia, a UBS Chico Porto. Temos também as academias de saúde que vão ser construídas lá na Maísa, na Nova Mossoró, no Assentamento Favela.
E outras obras estruturantes também, como a reforma do Museu Lauro da Escóssia...
Exatamente. Temos recursos para reforma de Museu, que já está sendo reformado, e é interessante que a população saiba da importância que um deputado federal tem de trazer essa infraestrutura, que muitas vezes é difícil para o município, pelo alto custo da folha, de manutenção, então esses recursos federais são a custo zero para o município. Você veja o caso do FINISA, o FINISA foi um empréstimo que a ex-gestora Rosalba conseguiu para Mossoró, num valor expressivo de R$ 150 milhões, mas o Município tem que pagar esse empréstimo, e essa conta é a população que vai pagando ao longo do tempo. São recursos importantes que nós estamos vendo aí muitas obras em Mossoró, a maioria delas com esse recurso, mas o recurso federal vem dos impostos que a gente paga, mas sem contrapartida do Município; o Município recebe esse dinheiro e investe nessas obras. Existem ainda, desses R$ 70 milhões, R$ 43 milhões que estão na mão do atual gestor para execução de obras no município de Mossoró.
E por que que esses recursos ainda não foram investidos?
Olha, alguns deles estão sendo investidos, mas infelizmente a gente tem detectado um desinteresse, um atraso do Poder Executivo na execução, não sei por qual motivação, mas a gente tem alertado na imprensa, alertado à sociedade para cobrar da Prefeitura essa execução, por quê? Porque o dinheiro está garantido. A Caixa Econômica Federal, que é responsável por reter esse dinheiro e soltá-lo na medida que vai havendo as licitações, as execuções da obra, já está de posse desse dinheiro. A Prefeitura, por algum motivo, tem atrasado, inclusive ela cancelou dois processos licitatórios, e andou na imprensa anunciando que o cancelamento era devido a falhas no projeto, mas ela apresentou o mesmo projeto e aprovou, então, é estranho esse modus operandi que a Prefeitura tem usado. A gente pede que os órgãos jurídicos, o Ministério Público também participe dessa fiscalização para que a gente possa ver esse dinheiro chegando à população.
Deputado, o senhor falou aqui que nesses sete anos foram R$ 70 milhões carimbados em emendas de seu mandato em Brasília, mas parte da bancada do prefeito na Câmara, não sei se por orientação ou não do Palácio, tem dito que o seu mandato não tem trazido nada pra Mossoró. Como o senhor encara esse tipo de comportamento?
Isso pra mim é uma estratégia política de querer diminuir a força do trabalho do político na cidade. Isso é muito ruim porque confunde a população, deixa as pessoas confusas. Agora a gente está na época das fake News, inventarem notícias falsas, mas nós temos todos os registros, todos os contratos firmados e a população acompanha através dos veículos de comunicação, eu estou aqui dando entrevista ao Jornal de Fato, a verdade dos fatos, e eu tenho todos os extratos, todos os comprovantes para provar que o que eu digo é a verdade.
Mas o próprio prefeito Allyson Bezerra esconde a origem desses recursos, ele entra nas obras, visita, inaugura, mas não cita os recursos do mandato do deputado Beto Rosado. Isso não provoca um desestímulo ao parlamentar, na hora que acontece isso?
Eu acho que o que me motiva tem que ser o contrário, tem que me dar um estímulo para eu poder sair para a sociedade mossoroense mostrando de onde realmente estão vindo esses esforços, de trazer esses benefícios para Mossoró e é por isso que eu estou aqui, por isso que eu participo dessas entrevistas, por isso que eu vou ao jornal, por isso que eu converso com a sociedade mossoroense mostrando quem teve essa iniciativa de trazer esses benefícios. Eu não conheço na história do município de Mossoró nenhum parlamentar, deputado federal que tenha feito tanto pela cidade. Tenha trazido recursos para execução de tantas obras e não foram só, obviamente, os recursos que foram trazidos pelo nosso mandato, houve também todo um esforço pra fomentar as cadeias produtivas do município, eu cito aqui o setor salineiro, cito aqui o setor da fruticultura irrigada, cito o setor de petróleo, que foram de certa forma beneficiados com ações, com projetos de lei, com movimentos importantes que foram dados em Brasília a partir do nosso mandato; isso é geração de emprego, que com certeza é o maior programa social que pode existir no Poder Público, porque é o emprego que dignifica o homem, gera o salário, que vai pagar a feira, vai pagar a escola, vai garantir mais saúde para família. O nosso esforço parlamentar tem sido muito importante para o Rio Grande do Norte, mas principalmente para região de Mossoró, que tem sido a mais beneficiada.
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