Sábado, 01 de fevereiro de 2025

Postado às 14h45 | 03 Set 2021 | Redação Opinião: sem base política no interior, Carlos Eduardo é candidato dele mesmo

Crédito da foto: Reprodução/Instagram/Carlos Eduardo Ex-prefeito Carlos Eduardo nos stúdios da Rádio Rural de Mossoró

Coluna César Santos / JORNAL DE FATO

O ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), decidiu que será candidato nas eleições 2022. Tentará se eleger governador do Rio Grande do Norte ou senador da República. Uma postulação proporcional não está nos seus planos, embora não deva ser descartada totalmente. O fato é que Carlos está inserido no tabuleiro eleitoral do ano que se aproxima.

As próprias pesquisas favorecem esse entendimento. Duas sondagens realizadas em agosto, por institutos diferentes, o colocaram em situação considerável:

A pesquisa Consult/Tribuna do Norte, publicada no início de agosto, apontou Carlos Eduardo como principal adversário da governadora Fátima Bezerra (PT): ele com 18,35% de intenção de votos, na segunda posição, contra 24,24% da governadora, na liderança. Em eventual segundo turno, segundo a Consult/TN, as posições seriam invertidas, com Carlos na liderança com 33,94% contra 28,94% da governadora.

Já a pesquisa Seta/Band Natal, publicada na última semana de agosto, mostra o ex-prefeito de Natal liderando o pelotão na corrida pelo Senado Federal. Ele aparece com 14,6% de intenção de votos, seguido de perto pelo ministro das Comunicações Fábio Faria (PSD), com 14,1%. A mesma pesquisa coloca a ex-prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (Progressistas), e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (sem partido), empatados com 8,8%.

A boa performance nas pesquisas, porém, não dão a certeza de futura candidatura ao ex-prefeito natalense. Pesa contra ele o fato de estar sozinho na caminhada. Até aqui, o pedetista não conseguiu aglutinar um grupo que possa sustentar o projeto político-eleitoral. Nem tem se esforçado para isso. Ele não abriu diálogo com nenhum partido ou grupo político.

Carlos Eduardo entende, por outro lado, que a primeira aliança deve ser costurada com o eleitor. É esse raciocínio que justifica a caminhada solo pelo Rio Grande do Norte. Desde a segunda quinzena de agosto que ele visita as regiões interioranas. Nesta quinta-feira, 2, ele desembarcou em Mossoró, sozinho. Concedeu entrevista a uma emissora de rádio, gravou vídeo no adro da Catedral de Santa Luzia e transmitiu a sua agenda via redes sociais. Antes, Carlos passou por Martins, na região serrana do Alto Oeste, e em Apodi, no Médio Oeste.

Em Mossoró, Carlos Eduardo evitou encontros com grupos políticos e nem mesmo agendou visita à ex-prefeita Rosalba Ciarlini, com quem fez aliança nas eleições 2018. O publicitário Kadu Ciarlini, filho de Rosalba, foi o vice em sua chapa na disputa pelo Governo do Estado, vencida por Fátima Bezerra.

A estratégia de Carlos Eduardo não é nova. Ele sempre teve dificuldade de dialogar com outros grupos políticos. Em 2018, ele só conseguiu fechar aliança no último minuto, o que dificultou a formação de um palanque forte.

Agora, o pedetista repete a estratégia. Está andando todo o estado, buscando o contato direto com o povo, sem dialogar com partidos e grupos. Assume abertamente uma “candidatura solo” acreditando ser possível o que não vingou no passado recente.

Carlos Eduardo desafia a máxima de que política é a arte do diálogo. Ou talvez acredite que o que aconteceu com o capitão da lei seca, Styvenson Valentim, que foi eleito senador sem aliança com partidos ou políticos, possa acontecer com ele. Guardadas as devidas diferenças.

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