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Postado às 09h45 | 01 Dez 2021 | REDAÇÃO Ao se filiar ao PL, Bolsonaro pede união de Rogério e Fábio no RN

Crédito da foto: Arquivo Presidente Bolsonaro com o ministro Rogério Marinho

Por César Santos – JORNAL DE FATO

A política do Rio Grande do Norte mereceu uma parte especial no discurso do presidente Jair Bolsonaro na solenidade de filiação ao Partido Liberal (PL), nesta terça-feira, 30. Bolsonaro pediu o entendimento dos ministros potiguares Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Fábio Faria (Comunicações) para definição do candidato ao Senado da República nas eleições de 2022. O presidente disse que espera não ter problemas no RN.

Bolsonaro citou o senador Romário, presente ao evento, dando a entender que uma disputa enfraqueceria o projeto eleitoral do grupo. “O nosso querido Rogério Marinho, com toda certeza, chegará a bom termo com Fábio Faria. Não podemos ter dois Romários no Rio Grande do Norte. Se fosse só um, estava resolvido. Com dois fica difícil”, disse o presidente.

Rogério, que se filiou ao PL junto com Bolsonaro, e Fábio, que caminha para o Progressistas do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ouviram as palavras do presidente sem manifestar reação. Eles são conscientes que o entendimento no RN é muito difícil e que cada um vai seguir com seus projetos.

Fábio disse em entrevista à TV Ponta Negra, de Natal, que Bolsonaro não vai interferir na disputa do grupo no Rio Grande do Norte. Ele declarou que Rogério Marinho está no direito dele de também buscar o Senado Federal. "Mas [a definição] vai ser no momento adequado. O presidente já deixou claro que não vai se meter nesse assunto”, disse Fábio Faria, para alertar: “qualquer notícia que sair em relação a isso [uma preferência de Bolsonaro] é mentira”.

E reafirmou: “O presidente já falou para mim e para Rogério que isso é um assunto de nós dois. Disse: 'vocês se entendam, sentem para conversar e decidam. Eu não vou me meter, são dois ministros que gosto'. Ele não vai tomar partido.”

Bolsonaro disse, segundo Fábio, que “os dois têm condições de construir esse caminho e lá na frente ver quem está em melhores condições de vencer, “até porque o nosso adversário é um só, derrotar o governo do PT no Estado, sou adversário político ferrenho da governadora Fátima e vamos estar unidos no ano que vem para montar uma chapa forte de oposição no Estado”.

A versão de Fábio Faria, porém, não é confirmada por Rogério Marinho. Pelo contrário, na semana passada a imprensa de Brasília noticiou que Marinho seria o candidato a senador no RN com apoio do presidente Bolsonaro. O ministro do Desenvolvimento Regional não negou, embora também não tenha confirmado.

Rogério Marinho reúne quase a totalidade da oposição ao governo Fátima Bezerra, inclusive, tem o apoio declarado do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, líder do PSDB no estado, e do prefeito de Natal Álvaro Dias, também do PSDB. A sua chegada ao PL consolida o apoio de outra parcela da oposição, que tem ainda o Republicanos, do deputado federal Benes Leocádio, e o Progressistas, presidido pelo deputado federal Beto Rosado.

Já Fábio Faria costura o apoio do Solidariedade, do deputado estadual Kelps Lima, presidente da CPI da Covid na Assembleia Legislativa, e tem a simpatia da deputada federal Carla Dickson que está trocando o Pros pelo PSL.

Bolsonaro diz que filiação ao PL é para “fazer o melhor” pelo Brasil

A filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL ocorreu em Brasília, nesta terça-feira, 30, com grande presença de políticos. Foi prestigiado por ao menos 14 ministros do governo federal, membros do segundo escalão, parlamentares aliados e um governador. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também compareceu ao evento.

Uma das autoridades mais celebradas na chegada foi o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que tem sido estimulado por Bolsonaro a se filiar ao PL para concorrer ao governo de São Paulo. Aos gritos de "futuro governador de São Paulo", Tarcísio não confirmou a candidatura e limitou-se a dizer que não filiaria à sigla de Valdemar da Costa Neto hoje.

Além de Bolsonaro, foram filiados o seu filho mais velho, o senador pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Já o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, disse que só não formaliza a entrada na sigla nesta terça por causa da lei eleitoral. Deputado federal licenciado, ele pretende disputar o governo do Rio Grande do Sul.

Também estavam presentes os ministros Flávia Arruda (Secretaria de Governo, única que já é filiada ao PL), Ciro Nogueira (Casa Civil), Marcelo Queiroga (Saúde), João Roma (Cidadania), Paulo Guedes (Economia), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Fábio Faria (Comunicações), Milton Ribeiro (Educação), Tereza Cristina (Agricultura), Anderson Torres (Justiça) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, enalteceu o momento do PL no cenário político nacional e também as ações de Bolsonaro no comando do Governo Federal. Costa Neto definiu o Auxílio Brasil como "o maior programa social do mundo" e destacou também ações do Executivo, como o marco do saneamento, transposição do São Francisco, crescimento do agronegócio e socorro financeiro aos estados e municípios durante a pandemia.

Antes de discursar, Bolsonaro solicitou uma oração ao deputado Marco Feliciano, que estava acompanhando a solenidade. Em seguida, o presidente começou seu discurso em tom conciliador, falando sobre a alegria de estar no PL, na disputa que aconteceu entre membros do PP para levá-lo à legenda e também acerca dos planos para a legenda.

"Eu e Valdemar não somos pessoas que vamos dividir tudo sozinhos. Nós queremos compor e, com essa composição, fazer as melhores escolhas para o Brasil", disse.

Mesmo afirmando que não estava lançando candidaturas, Bolsonaro citou o nome do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, dando a entender que ele seria candidato em São Paulo. Essa candidatura, inclusive, seria uma das condições para o seu ingresso no PL. "Tarcísio não é meu ministro, é ministro do Brasil. Uma esperança enorme para o nosso querido estado de São Paulo", disse o presidente.

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