Os dois detentos que fugiram da Penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na quarta-feira passada fizeram uma família refém na noite desta sexta-feira. De acordo com investigadores, os fugitivos invadiram a casa de uma família numa área rural da cidade, pediram comida, queriam ver notícias sobre a fuga e roubaram celulares. A dupla ficou no local por cerca de quatro horas, não pediu dinheiro e fugiu a pé.
O relato da família aos investigadores é de que ambos estavam sujos, cheiravam mal e pareciam desnorteados. Perguntaram diversas vezes a localização e demonstravam não conhecer onde estavam, uma das vítimas disse aos detentos que eles estavam muito perto da penitenciária de Mossoró.
A dupla perguntou como fazia para chegar ao Ceará, questionaram se estavam longe do litoral e se havia muitos pontos de bloqueio na rua. Uma das vítimas falou que perto de Mossoró há bloqueio. Ambos fugiram a pé, sem levar carro e nem a motocicleta da vítima.
Os dois estavam de boné, um deles vestia calça azul clara e tênis azul. Um vestia camisa escura e o outro camisa clara.
Não houve violência com os reféns. A dupla chegou pelo mato por volta das 19h30 de sexta-feira e deixou a casa 0h30 de sábado. Ao invadirem a casa, falaram que queriam comida e celular. Em uma sacola plástica, levaram alimentos, ovo cozido e outros itens, ambos não estavam de mochila.
Também levaram dois celulares com carregadores e pediram a senha para destravar o telefone. Mandaram ainda a família abrir as redes sociais nos telefones para que eles pudessem ver notícias da fuga e pediram para assistir o Jornal Nacional.
Ao longo de quatro horas, fizeram várias ligações pelo WhatsApp, algumas delas para números com DDD 21. Do outro lado da linha, o interlocutor tinha sotaque e mencionou que estava no Rio de Janeiro.
Em entrevista coletiva na quinta-feira, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que os fugitivos estavam a um raio de 15 quilômetros da prisão. A família feita refém está dentro desse perímetro. As buscas envolvem 300 agentes de segurança, helicópteros e drones, com equipes especiais da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
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