Segunda-Feira, 18 de novembro de 2024

Postado às 11h30 | 17 Fev 2024 | redação Fugitivos do presídio federal fazem família refém, pedem comida e roubam celulares

Crédito da foto: Reprodução Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Dei

Os dois detentos que fugiram da Penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na quarta-feira passada fizeram uma família refém na noite desta sexta-feira. De acordo com investigadores, os fugitivos invadiram a casa de uma família numa área rural da cidade, pediram comida, queriam ver notícias sobre a fuga e roubaram celulares. A dupla ficou no local por cerca de quatro horas, não pediu dinheiro e fugiu a pé.

O relato da família aos investigadores é de que ambos estavam sujos, cheiravam mal e pareciam desnorteados. Perguntaram diversas vezes a localização e demonstravam não conhecer onde estavam, uma das vítimas disse aos detentos que eles estavam muito perto da penitenciária de Mossoró.

A dupla perguntou como fazia para chegar ao Ceará, questionaram se estavam longe do litoral e se havia muitos pontos de bloqueio na rua. Uma das vítimas falou que perto de Mossoró há bloqueio. Ambos fugiram a pé, sem levar carro e nem a motocicleta da vítima.

Os dois estavam de boné, um deles vestia calça azul clara e tênis azul. Um vestia camisa escura e o outro camisa clara.

Não houve violência com os reféns. A dupla chegou pelo mato por volta das 19h30 de sexta-feira e deixou a casa 0h30 de sábado. Ao invadirem a casa, falaram que queriam comida e celular. Em uma sacola plástica, levaram alimentos, ovo cozido e outros itens, ambos não estavam de mochila.

Também levaram dois celulares com carregadores e pediram a senha para destravar o telefone. Mandaram ainda a família abrir as redes sociais nos telefones para que eles pudessem ver notícias da fuga e pediram para assistir o Jornal Nacional.

Ao longo de quatro horas, fizeram várias ligações pelo WhatsApp, algumas delas para números com DDD 21. Do outro lado da linha, o interlocutor tinha sotaque e mencionou que estava no Rio de Janeiro.

Em entrevista coletiva na quinta-feira, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que os fugitivos estavam a um raio de 15 quilômetros da prisão. A família feita refém está dentro desse perímetro. As buscas envolvem 300 agentes de segurança, helicópteros e drones, com equipes especiais da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

A avaliação investigadores é de que a invasão dessa casa ocorreu em um ato de desespero de ambos e devido a intensidade das buscas.

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Ligados ao Comando Vermelho, os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Ambos são do Acre e estavam na Penitenciária Federal de Mossoró desde 27 de setembro de 2023.

Em julho de 2023, a dupla participou de uma rebelião sangrenta em presídio de segurança máxima em Rio Branco. Houve roubo de armas e ferimentos de policiais penais, reféns e cinco mortes, sendo três delas decapitações. O motim levou os dois presos a serem transferidos para o presídio federal de Mossoró (RN), criado com o objetivo de isolar líderes de facções criminosas do restante da massa carcerária. Rogério e Deibson Cabral Nascimento estavam em celas individuais antes da fuga.

Inédita no sistema penitenciário federal, a fuga ocorreu de terça para quarta-feira. A unidade de segurança máxima foi inaugurada em 3 de julho de 2009 e projetado para receber até 208 presos. O presídio é uma reprodução do modelo de unidades de segurança máxima norte-americanas, conhecidas como “Supermax”, conforme descrição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Veja imagens da Penitenciária Federal de Mossoró

Lewandowski afastou a direção da penitenciária no mesmo dia da fuga e nomeou um interventor, Carlos Luis Vieira Pires, que já dirigiu a penitenciária federal de Catanduvas (PR). A Polícia Federal apura se a fuga teve a a ajuda de um agente penitenciário ou operário de obras feitas na unidade.

A perícia da PF encontrou objetos metálicos nas celas dos fugitivos, usados para arrancar uma luminária e ampliar o buraco por onde fugiram. A posse dos artefatos viola o protocolo de segurança do presídio de segurança máxima. Investigadores avaliam que tanto a retirada da luminária quanto o buraco não tenham sido feitos de uma hora para outra, mas aos poucos, e ao longo de vários dias. Uma das suspeitas é de que os presos usaram um lençol na ponta dos objetos para abafar o barulho com os preparativos para escapar.

Ligados ao Comando Vermelho, os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Ambos são do Acre e estavam na Penitenciária Federal de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. ante o banho de sol dos detentos.

Fonte: O Globo

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