Sexta-Feira, 10 de maio de 2024

Postado às 11h00 | 01 Mar 2024 | Redação Investigação da PF aponta para ajuda interna na fuga de presos do presídio de Mossoró

Primeiro indício apontado na investigação está relacionado às barras de metal usadas para retirar luminária da parede da cela de onde os bandidos fugiram. Pelo menos um desses objetos seria compatível com vergalhões utilizados na reforma em andamento

Crédito da foto: Reprodução Vergalhões foram usados na fuga de criminosos

Folha de S. Paulo

A fuga dos detentos do presídio federal de Mossoró pode ter contado com ajuda interna. É o que aponta investigação da Polícia Federal, da qual a Folha de S. Paulo teve acesso, sobre as circuntâncias do primeiro caso de presos que conseguiram escapar de uma unidade do sistema penitenciário federal. Pelo menos quatro indícios “sugerem fortemente” a possibilidade de ocorrência dos crimes de facilicitação de fuga, além de dano qualificado.

O primeiro indício apontado na investigação está relacionado às barras de metal usadas para retirar a luminária da parede da cela de onde os bandidos fugiram. Pelo menos um desses objetos seria compatível com vergalhões utilizados na reforma em andamento, sugerindo que o instrumento tenha sido, na verdade, introduzido na cela. A polícia aguarda laudo da sobre isso.

O segundo apontamento foi o acesso dos presos a ferramentas de corte usadas para romper as cercas do perímetro interno e externo. O equipamento utilizado foi deixado em uma área de obra, delimitada por tapumes, dentro do presídio.

Outro indício, na visão da investigação, é o fato de os fugitivos terem conseguido se dirigir a um tapume na escuridão. Um poste que deveria iluminar toda aquela área estava desligado pelo disjuntor.

Nesse ponto, há um quarto indício. Mesmo no breu, os fugitivos foram capazes de encontrar ao menos um alicate. A polícia considera provável que a ferramenta tenha sido deixada no local justamente para romper as cercas.

A investigação aponta que as imagens da ação dos fugitivos para retirar a luminária também sugerem que tenha sido um trabalho demorado e sincronizado, supostamente perceptível mediante simples revista na cela.

Fugitivos

Deibson Cabaral e Rogério da Silva Mendonça estão foragidos há 17 dias. Eles conseguiram fugir do presídio na madrugada do dia 14 de fevereiro.

Cerca de 600 policiais estão envolvidos nas operações de busca, incluindo cem integrantes da Força Nacional. Helicópteros e drones são usados nas buscas.

Policiais dizem acreditar que eles ainda estejam no Rio Grande do Norte, e as buscas se intensificaram na divisa do estado com o Ceará.

Nessa quinta-feira (29), mais um homem suspeito de ajudar os fugitivos do presídio federal de Mossoró, região Oeste potiguar, foi preso pela polícia, em Fortaleza, na capital do Ceará. Essa é a sexta prisão feita pela polícia relacionada ao caso.

 

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