Já imaginou ser vítima de furto e/ou roubo e ter uma ferramenta disponível no celular que possibilita o cadastro e acompanhamento da ocorrência? Ou as forças policiais terem ao alcance em um dispositivo móvel uma plataforma para análise de dados criminais? E um aplicativo que consiga prever a ocorrência de crimes? As possibilidades que parecem fazer parte de um filme de ficção científica fazem parte de uma gama de projetos do Instituto Metrópole Digital (IMD), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
As iniciativas direcionadas para o setor da segurança pública são desenvolvidas pelo projeto Smart Metropolis. Uma das novidades é o sistema de predição de crimes, que ainda está em fase de criação, segundo informou a Assessoria de Comunicação (ASCOM) do IMD. A ferramenta busca ajustar dados quantitativos das ocorrências policiais em torno de séries temporais únicas para cada uma das regiões com as quais descreverão o comportamento da frequência dessas ocorrências ao longo do tempo.
A medida visa contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficientes que previnam crimes ou investigações desnecessárias. “Não é como numa bola de cristal, em que se sabe onde e quando ocorrerão eventos que necessitem de intervenção policial, entretanto serão produzidos resultados que podem guiar chefes de polícia em torno da gestão dos recursos limitados da segurança pública da cidade”, explicou.
A assessoria não informou qual prazo para que o aplicativo esteja em plena execução. Outra ferramenta desenvolvida em prol da segurança pública foi a Central de Atendimento e Despacho (CAD). O sistema, que permite integração automatizada dos sistemas utilizados pela polícia em todo o estado, otimizando a vigilância e o combate ao crime, foi apresentado no mês passado por professores do projeto Smart Metropolis a Wellington Porcino, diretor de Gestão e Integração de Informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), vinculada ao Ministério da Justiça.
Criada por docentes, alunos de graduação e policiais desenvolvedores de tecnologia do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP), a ideia de se criar a CAD surgiu da necessidade de atualização de um sistema considerado defasado, utilizado atualmente pelo corpo policial no estado. A nova central permite ao corpo policial o monitoramento em tempo real de ocorrências como roubos e assaltos, tendo como base uma tecnologia georreferenciada, que permite, por exemplo, acompanhar a localização de viaturas.
A tecnologia começou a ser desenvolvida no início de 2019 e está em fase de homologação pelo Ciosp.
CENA DO CRIME
Outra ferramenta na área de segurança pública desenvolvida pelo projeto Smart Metropolis é o Assistente de Cena de Crime, que tem o propósito de auxiliar na coleta de informações em locais de homicídios. O sistema conta com preenchimento de dados para auxílio na apuração de crimes, a partir de informações do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP), como cadastro de vitimas, evidências, detalhes do ambiente, depoimento de testemunhas e outros.
Aplicativo Campus Seguro monitora ocorrências policiais na UFRN em Natal
Desenvolvida pelo projeto Smart Metropolis em 2017, uma ferramenta monitora ocorrências policiais na UFRN em Natal. Denominado de Campus Seguro, o aplicativo permite o cadastro e acompanhamento do status das ocorrências de seus usuários.
Voltado à comunidade universitária, o sistema objetiva dar celeridade ao atendimento das ocorrências policiais na área geográfica dos campi da instituição. A ideia surgiu da necessidade de auxiliar o trabalho da segurança no raio de localização do campus universitário, comparado a uma pequena cidade pelo número de pessoas vinculadas, aproximadamente 40 mil, e por sua extensão territorial – apenas o campus central ocupa 122 hectares.
O Campus Seguro acompanha a proposta do aplicativo Rota, em que policiais na viatura mais próxima à ocorrência recebem via tablet o chamado enviado pelo Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (CIOSP), além de informações adicionais antes mesmo de chegarem ao local. Na ferramenta adaptada para a UFRN, a comunidade universitária pode cadastrar diretamente a ocorrência, que segue para a sala de monitoramento da DSP, onde os servidores localizam em um dashboard os seguranças mais próximos e enviam o chamado por meio do aplicativo.
O dashboard ainda contribui para a desburocratização do trabalho e fornece informações como dados estatísticos e sinalizações dos locais com maior incidência de ocorrências, o que auxilia na tomada de decisões para a área de segurança.
ROTA VIATURA
Rota Viatura oferece diferentes aplicações para análise de dados criminais. A proposta é, por meio da tecnologia, levantar e mapear dados para o setor de polícia local, com implantação de tablets nas viaturas de polícia para identificação de veículos roubados, comunicação interna entre os membros do patrulhamento urbano e central de recebimento de notificações de crimes. A ferramenta informa o posicionamento de viaturas, as áreas mais carentes de policiamento, entre outros dados e funcionalidades.
Tags: