Representantes do governo disseram que não têm como apresentar proposta diante da crise financeira que atravessa o Estado e o comando de greve rebateu afirmando que não tem como trabalhar em receber salários. A greve na Uern foi iniciada em 2017
BLOG DO CÉSAR SANTOS
Perda de tempo.
Assim foi considerada, por setores da greve dos professores da Uern, a reunião de representantes do Governo do Estado com representantes da Associação dos Docentes (ADUERN), realizada nesta segunda-feira (26), na Governadoria, em Natal.
Nenhuma proposta concreta foi apresentada para atender a única reivindicação dos professores, que a atualização dos salários.
Os secretários Cristiano Feitosa (Administração), Gustavo Nogueira (Planejamento) e Tatiana Mendes Cunha (Gabinete Civil) apenas expuseram a situação do Estado e disse que o governo não tinha como apresentar proposta, sob o risco de não cumpri-la.
A presidente da Aduern, professora Rivânia Moura, criticou o comportamento do governo. “Nenhum trabalhador é obrigado a trabalhar sem receber salários”, reagiu. Rivânia destacou o documento conjunto elaborado pela Reitoria ADUERN, SINTAUERN e DC, em defesa da instituição, que demonstra a preocupação e a responsabilidade com a Universidade bem como a disposição para o diálogo com o governo. Ressaltou que o apelo deve ser feito para o governo e que não há possibilidade de encerrar o movimento grevista sem que haja uma proposta coerente para os servidores da universidade.
A estudante Glisiany Plúvia, que preside o Diretório Central dos Estudantes (DCE), foi enfática em afirmar que os estudantes querem o fim do movimento grevista, mas que isso não pode acontecer antes que os salários dos servidores sejam pagos e as bolsas estudantis sejam garantidas. Ela lembrou que a luta em defesa da universidade é cotidiana e “o descaso do governo é um verdadeiro inimigo para o funcionamento da instituição.”
O reitor Perdro Fernandes também foi taxativo na defesa do movimento grevista. Ele lembrou que em algum momento tentou dialogar com as categorias para que o movimento fosse encerrado, “mas a crise se tornou tão aguda e agressiva na vida dos servidores da Uern, que é impossível retornar aos postos de trabalho sem nenhuma proposta para as categorias.”
A greve segue sem solução. Os professores iniciaram o movimento no dia 10 de novembro de 2017. Em janeiro, a greve recebeu a adesão dos técnicos administrativos.
A categoria pede que o governo atualize os salários, que estão em atraso desde janeiro de 2016, e também solicitam um calendário de pagamento em dia.
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