Por CNN
O dólar engatou a sétima queda seguida ante o real nesta terça-feira e voltou a fechar no menor patamar em mais de dois meses, na véspera de decisões dos juros nos Estados Unidos e no Brasil.
O mercado também segue acompanhando os efeitos da DeepSeek, companhia de inteligência artificial da China, que derrubou mercados na véspera ao apresentar uma alternativa mais barata e viável da tecnologia.
Na cena doméstica, a Receita Federal informou mais cedo que a arrecadação bateu recorde em 2024, com R$ 2,709 trilhões, alta de 9,5% ante 2023.
O dólar encerrou o dia com perda de 0,74%, a R$ 5,869 na venda. Esta é a menor cotação da divisa desde 26 de novembro do ano passado, quando fechou em R$ 5,81.
A moeda não encerra em alta desde do dia 20 de janeiro, quando recuou a R$ 6,03, queda de 2,8% no período.
Por volta das 17h, Ibovespa operava em queda de 0,5%, próximo aos 124,4 mil pontos. O movimento se descola das bolsas globais, com altas na Europa e em Wall Street.
Para o analista de ativos Bruno Benassi, da Monte Bravo, o movimento do Ibovespa reflete, em parte, os receios em relação a Donald Trump e seus possíveis impactos no setor de commodities.
Ele também destacou a expectativa em torno das decisões sobre juros ao redor do mundo, incluindo o Federal Reserve, o Banco Central do Brasil e o Banco Central Europeu, na chamada superquarta.
“O mercado também está um pouco nesse compasso de espera para isso”, afirmou.
Já para a analista de renda variável Bruna Sene, da Rico, a baixa no dia aponta para uma “correção técnica dos movimentos vistos ontem”, quando o índice fechou pela primeira vez no ano acima de 124 mil pontos.
Fed e Copom
Mercados aguardam pela superquarta, com expectativas divergentes entre as decisões do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central (BC).
Nos EUA, as apostas estão na pausa no corte das taxas, mantendo os juros no patamar de 4,25% e 4,5%. O Fed iniciou o ciclo de queda em setembro do ano passado, quando os juros estavam entre 5,25% e 5,5%.
Já no Brasil, as previsões estão em novo aumento de 1 ponto pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, subindo a Selic a 13,25% ao ano.
IA da China afeta mercados
As ações das grandes empresas de tecnologia amargam forte queda nesta segunda-feira (27). Quem abalou a estrutura dessas companhias, que vinham atraindo olhares positivos ao longo de 2024 com o boom da IA foi a chinesa DeepSeek.
Na semana passada, a startup de tecnologia sediada em Hangzhou lançou um assistente digital gratuito que, segundo ela, usa menos dados e custa uma fração do custo dos modelos de empresas já estabelecidas, possivelmente marcando um ponto de virada no nível de investimento necessário para a IA.
A DeepSeek, que nesta segunda ultrapassou o rival norte-americano ChatGPT em termos de downloads na App Store, oferece a perspectiva de uma alternativa viável e mais barata de IA. O movimento levantou questões sobre a sustentabilidade do nível de gastos e investimentos em IA por empresas ocidentais, incluindo Apple e Microsoft.
A novidade derrubou mercados na véspera, afetando principalmente gigantes de tecnologia.
Apesar dos ganhos de Apple, Meta – dona das redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp – e Amazon, o grupo das “Sete Magníficas” acumulou perda diária de US$ 643 bilhões em valor de mercado, segundo levantamento de Einar Rivero, analista da Elos Ayta.
O peso maior ficou por conta da Nvidia, que perdeu o posto de empresa mais valiosa do mundo ao “sangrar” US$ 589 bilhões. A fabricante de chips de inteligência artificial (IA) encerrou o dia com valor de mercado de US$ 2,9 trilhões, sendo ultrapassada por Apple (US$ 3,477 trilhões) e Microsoft (US$ 3,231 trilhões).
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