O pior índice registrado pelo setor foi em maio de 2020, quando foram perdidos 501 postos de trabalh
Por Amina Costa / Repórter do Jornal de Fato
Desde maio de 2020, quando o mundo vivia a pandemia da Covid-19, o setor de serviços de Mossoró não apresentava um saldo negativo de empregos tão alto como o que foi registrado no mês de março. De acordo com os dados divulgados recentemente pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), enquanto que em maio o setor de serviços registrou um saldo de -501 empregos formais, no mês de março de 2025 o saldo foi de -470 empregos de carteira assinada.
No terceiro mês do ano, o setor de serviços empregou 1.399 pessoas, mas realizou 1.869 desligamentos. Além de ter sido o mês com o maior saldo negativo de empregos dos últimos anos, março de 2025 foi também o mês que menos empregou a população formalmente. Em janeiro, foram realizadas 1.435 admissões e em fevereiro, 1.780 pessoas foram contratadas formalmente para trabalhar no setor.
A queda acentuada no número de empregos ocorreu após uma leve recuperação do setor, ocorrida em fevereiro, quando foram criados 306 novos postos de trabalho. Mesmo com essa recuperação, o setor vinha acumulando saldos negativos de empregos desde setembro de 2024, apresentando uma pequena melhora em novembro, e voltando aos índices negativos em dezembro de 2024 e em janeiro de 2025. O grande número de demissões no setor iniciada no mês de setembro quebrou uma sequência positiva que vinha sendo registrada desde fevereiro de 2023.
O desempenho negativo do setor de serviços contribuiu significativamente para que a economia mossoroense fechasse o mês de março com o saldo de - 1.026 empregos formais, o maior índice negativo desde abril de 2020, quando Mossoró perdeu 1.146 postos de trabalho. Em março, foram realizadas um total de 2.870 admissões e 3.896 demissões, tornando-se o mês em que foram feitas menos contratações no ano de 2025.
Os saldos negativos de emprego em todos os setores econômicos da cidade ocorrem desde dezembro de 2024, quando Mossoró perdeu 701 postos de trabalho, quebrando uma sequência de nove meses de saldos positivos.
Além do setor de serviços, o setor agropecuário de Mossoró também registrou o seu pior saldo negativo desde março de 2022. Com 739 desligamentos e apenas 47 admissões, o setor agropecuário do município encerrou o mês de março de 2025 com -692 empregos formais. Em março de 2022, o saldo foi de -917 postos de trabalho.
Assim como ocorreu com o setor de serviços, em março ocorreu o menor número de contratações no setor neste ano, uma vez que em janeiro foram 133 admissões e, em fevereiro, foram 165. Historicamente, o setor apresenta números negativos nos primeiros meses do ano e tende a se recuperar durante o segundo semestre.
Comércio, construção e indústria de Mossoró apresentaram singelos saldos positivos
Os números do Novo Caged apontam que, apesar de Mossoró ter fechado o mês de março com saldo negativo de empregos formais, alguns setores da economia mossoroense conseguiram manter um desempenho positivo, realizando mais admissões do que demissões. O comércio, a construção civil e a indústria apresentaram singelos saldos positivos de empregos formais gerados no terceiro mês do ano.
O comércio, que apresentou saldo de 30 novos empregos, conseguiu manter o número positivo pelo segundo mês seguido. O número é resultado de um total de 664 admissões e 634 demissões ocorridas no período. Em fevereiro, o setor fechou o mês com 65 novos empregos, conseguindo se recuperar de uma sequência de dois meses de queda (dezembro de 2024 e janeiro de 2025).
Apesar de ter permanecido com o saldo positivo de empregos, foi no mês de março que o setor menos contratou pessoas, comparado aos meses de janeiro (737 contratações) e fevereiro (768 admissões).
A indústria foi outro setor que conseguiu se manter estável no mês de março, em relação à criação de novos postos de trabalho. Desde dezembro de 2023, a indústria mossoroense vem apresentando bons resultados (com exceção de dezembro de 2024), conseguindo fechar os meses com novos empregos gerados. Em março, o saldo foi de 32 novos postos de trabalho, número acima do registrado em fevereiro (14).
No mês de março, a construção civil conseguiu se recuperar em relação a fevereiro, e fechou o mês com 74 novos postos de trabalho criados. O número é fruto de um total de 449 admissões e 375 demissões realizadas no período. Este número é o melhor já registrado pelo setor nos últimos cinco meses.
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