As buscas pelos detentos Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 34, que protagonizaram a primeira fuga de um presídio federal registrada no país, em Mossoró (RN), completam 1 mês nesta quinta-feira. Mas se há uma expectativa otimista por parte da força-tarefa e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, de que a dupla ainda se esconden numa área próxima ao presídio, há também a constatação de que a última vez em que o paradeiro deles foi reportado por testemunhas ocorreu há 12 dias.
Eles foram avistados entre a noite do dia 2 de março e a madrugada do dia 3. Os dois fugitivos invadiram um galpão e agrediram o dono da propriedade que fica em uma comunidade rural de Baraúna (RN), na divisa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará.
Informados na ocasião sobre o ocorrido, os agentes das forças policiais concentraram as buscas em Baraúna e fizeram um cerco no sítio. Segundo os investigadores, eles renderam o proprietário com uma chave de braço no pescoço e diziam estar atrás de celulares, armas e alimentos. Depois, eles saíram correndo do local.
— Temos indícios fortes da presença dos dois fugitivos na região entre Mossoró e Baraúna. No dia 2 de março foram avistados. Essa visualização foi confirmada pelas forças de segurança e pelos moradores locais. No dia 12 de março (última terça-feira) houve rastreamento positivo, que foi feito a partir da constatação de que cães de determinada casa ficaram bastante agitados — afirmou o ministro, nesta quarta-feira, quando fez um sobrevoo de helicóptero pela área de buscas.
Buscas 'intensas'
Segundo o ministro, cerca de 500 agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional estão mobilizados nas buscas de forma "intensa". A preocupação também é com a segurança da população local.
— A estratégia será mantida e ela está sendo aperfeiçoada. A investigação é sofisticada: estamos localizando toda a rede de apoio. O custo da operação é elevado, mas é necessário. Não apenas para a recaptura de dois criminosos perigosos. Mas não podemos deixar a população local desamparada. Enquanto esse risco não se dissipar, manteremos o efetivo — disse o ministro.
Tidos como criminosos de alta periculosidade, os dois foragidos estavam na penitenciária de Mossoró desde setembro de 2023, após transferência por participarem de uma rebelião no presídio Antônio Amaro, no Acre, que resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.
De acordo com o Lewandowsk, os investigadores têm convicção que os dois fugitivos estão recebendo ajuda externa, com alimentos e também roupas. A apuração apontou ainda que eles se deslocaram de automóvel no perímetro que está sendo vigiado - e não somente a pé.
Apesar de a identificação recente da localização dos criminosos, a dificuldade de capturá-los se mantém. Os dois estão em uma área de mata densa, repleta de grutas e pomares. Ou seja, eles têm acesso a água e alimentos, além de esconderijos.
Fonte: O Globo
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