Operação envolveu o monitoramento de três veículos. Suspeitos foram presos na ponte que atravessa o Rio Tocantins (PA) e nas imediações. Rogério Mendonça e Deibson Nascimento fugiram em 14 de fevereiro. Depois de recapturados, voltam para Mossoró
Por g1 Pará — Belém
A prisão de Rogério Mendonça e Deibson Nascimento em Marabá, no sudeste do Pará, na quinta-feira (6), envolveu uma operação conjunta entre forças federais. A recaptura dos fugitivos ocorreu em ações planejadas, conforme o g1 mostra a seguir.
Segundo o delegado da Polícia Rodoviária Federal, Heyder Nunes, por volta das 9h do dia da prisão, quinta-feira (4), a PRF recebeu informações do deslocamento dos criminosos.
Os criminosos haviam passado por Marituba, a 11 quilômetros de Belém, às 6h40. Às 9h40, estavam na cidade de Tailândia. Passaram por Goianésia às 11h15; Jacundá, às 12h05 e Nova Ipixuna, às 12h45.
Com as informações sobre o deslocamento deles, equipes foram mobilizadas e chegaram ao distrito de Morada Nova, quando passaram a acompanhar os veículos.
Às 13h03, em Morada Nova, agentes da Polícia Federal em carros descaracterizados viram quando os carros dos bandidos furaram um bloqueio da Polícia Militar do Pará e começaram a seguir os criminosos. Cerca de 20 minutos depois, houve a abordagem na cabeceira e também sobre a ponte do rio Tocantins.
Ponte
Três possibilidades de caminho poderiam ser feitas pelos fugitivos. Ao longo do monitoramento, sobrou apenas uma rota, que envolvia cruzar a ponte do rio Tocantins. As equipes fecharam a ponte em Marabá nos dois lados e começaram a fazer revista dos veículos.
Para o delegado Heyder Nunes, ao fechar a ponte foi possível reduzir o fluxo de veículos e, junto com a revista, foi reduzida a chance de confronto armado entre policiais e criminosos
A operação contou com 26 homens da PF e da PRF. A PF do Rio Grande do Norte monitorava três celulares que estavam com o grupo.
A PRF conseguiu abordar dois veículos: o Classic, onde estava Deibson, e um Polo, que fazia a escolta no acesso à ponte, na alça de acesso ao local, na BR-222.
O Jeep em que estava Rogério ainda tentou escapar e seguiu para a ponte, mas foi abordado pela PF. No Jeep em que Rogério estava a polícia apreendeu um fuzil.
Italo Santos Sena, Juarez Pereira Feitosa, Jefferson Augusto Magno Favacho e Eliezer Bruno Pacheco dos Santos são os outros quatro homens presos juntos aos fugitivos.
O quarteto deve ficar preso, por enquanto, em Marabá, e teve convertida a prisão em flagrante em prisão preventiva.
Heyder Nunes afirma que os veículos não foram roubados ou furtados e estavam com a documentação em dia, legalizados, isso para não chamar a atenção.
Eles foram presos em uma ponte que atravessa o rio Tocantins, em Marabá, no Pará, a 1,6 mil quilômetros de distância do presídio de Mossoró.
Com os fugitivos e o grupo que auxiliava na fuga, a polícia apreendeu: dinheiro em espécie, cartões de crédito, fuzil, munições, marmitas, refrigerante, diversos materiais eletrônicos, bebidas e pupunha - fruto típico da Amazônia, e oito celulares.
PF e Guarda Municipal de Marabá encontram fuzil em veículo utilizado pelos fugitivos de Mossoró. — Foto: Divulgação/PF
Neste sábado (6), a PF encontrou um segundo fuzil em um dos carros usados pelos dois fugitivos . A arma foi localizada por um cão farejador, após uma nova revista nos veículos. O fuzil AR-15 estava carregado e em condições de efetuar disparos.
Integrantes do Comando Vermelho, Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, tinham fugido do presídio no dia 14 de fevereiro.
Foi a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que inclui ainda penitenciárias em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
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